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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Farpas


Mãe a farpa entrou em meu coração
"que farpa meu filho?!"
A farpa mamãe, dói... Corta! Fere!
"Onde foi que você viu essa farpa"
No livro... Que estava empoeirado na estante
"Livro não tem madeira"
Mas a estante tem e não me cortou
"Ôh meu filho..."
Mãe eu li, entrou a farpa e doeu
"Mas o que você tanto leu?"
PALAVRAS CORTANTES!

Thalles Nathan 01/11/12

A valsa caos ( A bailarina e os sapatos de chumbos) II


... A valsa carregava os casais 
Dançávamos em salões opostos
Ainda que, não éramos iguais,
Eras os efeitos da condução caos. 

Você regressará;
Vestia-se de sedas e brumas.
Bradava teus vizinhos
A destros gestos na ponta dos pés 

Eu e meus sapatos, metal plúmbeo
Tombava ébrio em meus passos  
Bebia da bebida o gosto amuo 
Teu olhar pétreo congelava em minhas alucinações 

A fanfarra foi dobrando o tempo,
Aumentando o tom...
Neste instante vi tudo girar
... Maldito carrossel! 

Você aqui, eu lá
Escuridão e andaluz.
Tu nereide, eu quebra mar
Bailarina e os sapatos de chumbos 

Thalles Nathan 13/09/12

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Menino e o Vento


Eu poeta, desatento perco a noção
Se são seus lábios a produzirem tal vento
... Às vezes acho que sopras amor,
Mas ainda sim, brisa é vento.

Menino levado correndo pra ver se alcança o tempo
-Pra onde vais menino?
-Colher das horas, as mesmas que não passaram por aqui

Do chão preto do vajado
Olhos buscam alento nas nuvens
E nessas nuvens, formas acrescento,
Mas inventa, o vento de fazer elas passarem...

Poeta proseando à sombra do umbuzeiro
Na esgrima dos galhos e o vento
Vó Denise gargalhava se balançando toda
Nas análises de minhas analogias

-Pra onde vais menino levado?
-Vou levando ali um quilo de poesia...


Thalles Nathan 28/10/12

domingo, 28 de outubro de 2012

Só!


Tirei o lápis do estojo
Tal como Arthur deve ter desencravado a Excalibur da rocha
... As horas davam seus passeios nos ponteiros do relógio
Fiz a ponta na lapiseira na mesma destreza
De um guerreiro ao polir sua lâmina afiada
Deitei no papel letra por letra
Na delicada frieza de um alquimista,
Buscava ferir-te, mas apenas leu...

Lia com o ar de quem iria corrigir o que estava escrito
Passava os olhos no papel com desprezo
Enquanto os olhos dela liam em silêncio, eu pensava.
"Vá com calma, tem em mãos um pedaço fino de minha alma."

Dobrou o papel e guardou no bolso
Fez um gesto no canto da boca, não ouso dizer que era um riso.
Fechou levemente as pálpebras e levantou os olhos
- Era só isso que você queria?

Thalles Nathan 10/09/12