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sábado, 13 de outubro de 2012

Diferenças complementareis

Imagem: Isadora  Poulain 

Teu amor é brasa morna.
O meu é faísca, apena fagulha e brilha.

Teu desejo é demais, entorna.
O meu desejo se concentra em tua virilha.

Meu amor é poético, cheio de licenças...
O teu é a palavra acariciada pela pronuncia correta.

Meu desejo acredita na descrença
O seu é plausível dentro da minha camiseta

(Thalles Nathan) 13/10/12





quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Confusão


Foto, rosto, moldura...
Teus olhos brandos.
Desejando não olhar mais
Mas não consigo!
Cabelo, óculos, armação...
Lembrança e palavra mórbida.

Canso a vista, olhos ardem
Olhos fixos, pressiono, projeto-me
Nenhum sentido... Já não entendo nada .

Quadro, pego, exponho e escondo.
... As horas são gaivotas gordas, voam lentas.
Suspiro, desconjuro, almejo, excomungo...

Moldura, rosto, foto...
Brandos olhos teus
Eu e alguns de meus receios
Evito olhar
...Olhos, armação, óculos
Navalha, são palavras de lembrança.

Thalles Nathan   28/09/12

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cais perdido


E esse cais perdido, que me chama,
Que me leva, tchau...
Mares esquecidos, do destino que o silêncio traz
E essa vida fútil, qual me esqueço,
que aparo pra voar.
Sempre que me perco,
Bem no fundo, dos teus olhos, mar!

... Esse porto em que nunca atraco,
desses braços nunca meus
Hoje a ancora ergue o peso exausto do meu corpo frágil
Passado acaba se expondo aos espelhos refletido luz
Os pesadelos pesam,
trazem traças dos castigos de Morfeu.

(Bruno de Santana Cruz/ Thalles Nathan)


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Asfalto, poeira e neon


O caboclo acordou do sonho severino 
Abandonou o costume de desperdiçar seu sono
Já não se avexa pelo afincamento demasiado do estereótipo  
Saiu do cabresto de cego peregrino
Adicionou ao calendário outonos e primavera 
E sobrevive folgadamente...

Desvincilhou-se da ilusão de dias edênicos
Pois seu próprios olhos se habituaram a produzir inundações.
Em suas veias... Asfalto poeira e neon 

Thalles Nathan 30/06/12