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sábado, 10 de janeiro de 2015

Odisseia


No corpo dela, foram esculpidos os seios mais belos.
Que faziam parte do contorno feminino forjado por Afrodite
Minha Vênus de Milo, de seios quase pequenos. 
Dividíamos um cigarro ou outro depois da transa
Uma trepada dionisiacamente homérica

Ela de cabelos rebeldes, respiração ofegante
Arranhada e cheia de hematomas que não lhe doíam
Eu... Baianamente pervertido, querendo mais. Muito mais que axé
Sufocando a noite no trancar do meu quarto
Transando como dois adolescentes perdendo a virgindade e a vergonha na cara


       Thalles Nathan 10/01/15

sexta-feira, 28 de março de 2014

Cápsula do tempo



Nocivamente inerte
ao indicio de incêndio
Agora o fogo
Consome a aurora!
Enterrando-se por detrás da nuvem
mais calma

Obliquamente tenso
Sem o puro fervor
Nós condenados.
...Homens sepulcros,
tendo o sabor amargo da ferrugem
do tempo.

Thalles Nathan   27/03/14

sábado, 3 de agosto de 2013

Devaneios



Ela amava o concreto,
trazia desenhos que adornava sua pele
Mastigava meus sonhos enquanto os delas se realizavam

Eu, olhar preso no teto
Não sabia onde me colocar em instantes àquele
Raspava as sobras dos meus que se esmigalhavam

Destas sobras, fiz sonhos retos
E de minhas conquista e derrotas uma galeria em cima deles
... Entre, há mais sonhos para alimentá-la

Thalles Nathan 03/08/13

sábado, 27 de julho de 2013

Verônica

Pensei em resmungar algo, enquanto Verônica calava-me usando a boca
Talvez me mantive quieto por aceitação ou por não controlar meu ímpeto
O certo é, que os lábios dela em mim, acalmaram-me os nervos

Ahh... como salguei tua língua com minha carne,
mas como sempre me mantive quieto, apreciando enquanto ela degustava-me
Talvez um riso de canto escapou do meu rosto
Enquanto pensava "O que eu tinha mesmo para resmungar?"
E meu riso lá me dizia... Deixa pra lá

Thalles Nathan. Segunda, 22 de Abril de 2013

Insônia

Tem dias que eu acordo o sol e em outros dias, ponho a lua pra dormir

Thalles Nathan

sábado, 20 de julho de 2013

Faróis Apagados


Como não sonhar estrelas?
Emparelhá-las no breu que assusta
Como não querer inventar outros reinos?
Buscar um décimo céu
E de lá... De lá olhar de cima pra tudo, com olhar de conquista

Como não temer o desconforto da solidão?
E assim se pegar tateando uma saída
Descobrindo em si novas navalhas,
Serrando farpas invisíveis...
Como quem se perde de vista
Se o medo atiça mais a miopia

Como folhear teus olhos, se os meus vêem cegos?
Descrever de ti a poesia amarga da vida
Corrida e perfeita vida, que se esbarra em semáforos
Queimam em metáforas, se travestem nuas...
Mas apenas são faróis apagados 


Thalles Nathan  20/07/13

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Olhos abertos (Vista Caos)


Esperou todas as noites...
Aguardou horas e horas,
Seguiu os ponteiros com os olhos
Esperou a tarde inteira...
Envelheceu todas as horas que passaram
Seguiu...  Aguardou... Esperou...
E enfim, lhe veio a Morte visitar.

Adorou toda aquela escuridão,
Sintia em sua carne o vácuo
O silêncio reverberava por toda sua fibra
Agora era menos que um grão
Sua poeira fazia parte de todo o universo
Adorou... Sentiu... Escutou...
E enfim, os olhos se abriram

Thalles Nathan 10/04/13