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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Borboletas de neon


Borboletas em neon...
Provando na boca o gosto das palavras, areia se abre
Os portões do inferno abrem também
Estas borboletas colorem, trazem polem que corrói minha mente.

Todas as visões vieram ver
Me vendo na areia apagando, apagado depois da onda... Onda!
São meus caos repondo lindo sonhos
Imagens enferrujada em meu sorriso amarelo de chumbo

Sento sobre estas areias com a prosa de Deus
O laranjento com meu caboclo barroco
Todos meus males de louco barrento

Não! Momento algum me ouça!
Apenas te vejo regurgitando tua alma que lhe salta  descoordenada
Alma que vomitas perdendo suas forças

Cem mil dragões e dois Serafins
Fecham os portões, trancam o resto de mim
... No meu peito...
No meu peito fumaça e metáforas

Thalles Nathan                 20/12/12

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

REALIDADES EM FORMA(S)


Alimentei-me de sombras, anestesiando meus sentidos
Com as formas que apareciam na parede
O intrépido olor de curvas obscuras a confundir-me,
Forçando-me a buscar
Respostas, as quais não tenho.
Ou deveras não tido enquanto pensei e fosse

Nada que imaginasse era o que seria na verdade
Havia algo alem do que o que se projetava contra luz

Algo desconhecido
Algo perdido junto aos meus pensamentos confusos.
excertos incertos
Certezas difusas
Realidades confusas
Estampadas junto a sombra tatuando a parede.
Meus olhos fazem dela canais
Matrizes de uma vida real
Uma vida, realmente,
artificial

Milly Almeida e Thalles Nathan                                               18/12/12

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sem rumo


Vamos sem rumo, desafiando mais uma onda no mar
Os rumores de vento passam
Partimos por tanto, sem nenhum ajuste e sem prumo
Sei o quanto dilacera a todos nós esse tempo vagaroso
E as dores de suas mordaças
No silêncio, que se propaga no vazia da sala de espera

Nossa odisseia é para voltarmos pro trópico sertão
E depois desse destino quixotesco
Hei de enfim! No fim descansar nos braços suaves de Dulcinéia
Seguiremos então a deriva, Oh Senhores deuses dos mares!
Embarcações tragadas por suas correntezas
Velejo mar, do qual amargo pela manhã sua doce saliva

Thalles Nathan 08/11/12

P.S


Respiro... Bem fundo...
Poema não sai fácil assim
Digo isso para mim e a mim mesmo

Calma...  Senão as palavras se esbarram
Não quero atropelos por aqui
Projeto frases...

Respire fundo... Tenha calma
Absorva tudo que leu
Poema não se ler assim

Escrevo por e para ti
Mesmo vendo que anida não percebeu

Thalles Nathan

Acredita ?


Acredita em mim?
Mesmo quando não falo...
E as reticências são maiores

Percebe o quanto estou nervoso?
Apertando minhas mãos que tremem e suam frias
Quando as estendo vazias

Acredite nas pausas demoradas
Em meus discursos, pois também discorro em silêncio
Discursando assim um infinito todo,
que não consigo expressar em palavras

Percebendo tal nervosismo
Que minha timidez revela
E então sabes...

Sabes então que te amo
Mesmo quando não defino o quanto
Sabes que te amo, e te ponho os meus olhos de menino
E então sabes...

Sabes então que te amo
Pois meus joelhos tremem descontroladamente
Dando todos os sinais
E então percebe que homem jamais te amou
como te ama este menino

Thalles Nathan 14/07/12

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Balada do mês de agosto


Vou levando o que cabe na mochila
Guarde o resto se puder que venho buscar depois
Deixo também sobre a cama certezas, 
Mentiras e uma taça amarga de um velho vinho francês.
Nada que me mude
Eu digo o que me resta, 
Sem valsa eu faço a festa mastigo migalhas de minhas sobras
Eu olhei, mas no espelho apenas refletia um reflexo passado.
Nada a clamar...
Sorrisos falsificados de um porta-retratos
Roubado da feira que nada vende
Lembre-se apenas do que te disse antes de zarpar 
Eu tenho a estrada toda a minha frente e meus pés estão dispostos a caminhá-las

Bruno de Santana Cruz e Thalles Nathan 

Coleção


Faço coleção de você em mim
Da rua do céu tela pra pintar
O sol partindo, colorindo o que chamamos de infinito
A vista no Umaitá 

Travo à distancia mastigando saudade
Os paralelepípedos de sua rua eu sei de cor
Deixei ai meu sangue quase imundo
E o meu amargo ríspido suor

Agora quero gritar a quem venho criando raízes
Deixar espalhar ao vento o que tive contido,
Transpor qualquer prisão erguida à timidez e gritar...
Esses amores de outras vidas em mim fundido

Thalles Nathan 12/12/12

Brasa morta


A brasa na ponta do cigarro
Trago, trastornando meus pulmões
E engasgo com a fumaça e tusso

Ponta laranjada vai ficando cinza
A fumaça não se aloja corretamente e nem sai

Trago três ou mais cigarros e vejo que não me servem
Aspiro, acendo mais dois depois solto pelas narinas, mas ainda não me servem

Thalles Nathan 09/12/12

Endereço


Carteiros que levam notícias minhas
Entram por ruas...
Passeiam pela Guanabara, buscam teu número
Duzentos e doze anjos voam à asas cruas
Te protegem por bairro e vilas

Brasílio, aguardava ansioso suas respostas
Que o alicate de unhas lhe era machado cortando lhe a carne nua
... E então, em um belo dia de sábado chega a tal correspondência
No dia Zero,quatro, do mês dois, do ano de oitenta e oito
Acabando com sua espera perpétua
No selo que grudava no envelope um numero desenhado "090"

E enquanto você cortava alguns esses
O carteiro já fora em bora, e minha missão comprida


Thalles Nathan 28/11/12

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Feliz aniversário



Sem mais nem menos disse ele
 “Meu único erro foi ser quem eu sou!
Depois disso todos se entreolharam
Penso eu que afirmará bêbado apontando suas cordas de marionete do destino
... Ela sem mais delongas mulher que é,
Lhe emendou sem deixar espaço para o tempo
"E o meu orgulho me matou!"
Matando assim o silencio
Penso comigo e calado...
 “Certamente foi ai que começaram os parabéns"

Thalles Nathan

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Todo Coração


Olhos azuis nublados 
Alma cinzenta 
Carrego meu próprio fardo 
Trancado longe do mundo

Meu silenciar desesperado 
Não quero suas palmas, nem sua pena 
Passe o trinco, bata o cadeado 
Talvez não volte mais 

Vou abrindo mais uma ferida 
Estancando mais um corte, do pulso dilacerado 
triste pulso cinzento
pele fria opaca, areia, água e cimento   

Pelo açoite da luz do luar
Tudo que havia desejado me esperava 
nas dobras das esquinas 
com tudo aquilo que temia encontrar 

As pessoas não vêem, acham que me tranquei
Sem o menor motivo, sem ter razão
Só eu sei de minhas lagrimas 
Das razões que deixam molhar o chão
Querem me dar um novo motivo para pulsar
Mais eu já sou todo coração 

Thalles Nathan 03/11/12

Pés cansados


Que caminha meu caminho veste meus pés cansados
Calça minh'alma ainda que lhe espinhe

Aprendem sobre meus sonhos, não precisa sonhá-los, apenas ouvi-los...
Que eles mesmo se constroem em minha mente imagineira

Meu caminho é trilha longa que meus pés contemporizam ao seguir,
São paisagens que meus olhos nunca retêm, por isso sempre me encantam
Encantando a todos que me ouvem contar

Que caminha meu caminho vestem meus pés pesados
Usam minh'alma fria para aquecerem
Aprendem a sonhar sem dormir e dormem se esquecer

Thalles Nathan 07/12/12

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Resolução


Repasso, remendo reforçadamente
Rábido reclamo! Reajo, reato, relevo
Rabiscando realinho resíduos rapidamente
Reponho realidades, remoçando rapsódias

Resvalo, refreio, regulo, respiro... Respondo rispidamente
Revivo, reinsiro rascunhos, resgatando romances
Reescrevo, revelo roletas russas
Rapto reticências... Rebato, replico, ressoou

Resta rende-me refém
Rebelde regresso, roendo ruas reconheço-me
Rodeio, rumino, reclino...
Raquítico ruminando rugidos, recolho-me.

Thalles Nathan 26/11/12

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Partida


Não  lembro-me de dormir,
Recordo-me apenas estar acordada
Vendo você juntar suas roupas,
Vestir-se e partir...

Meus olhos lhe viram calado,
Não fiz questão de pronunciar
Uma única palavra!
De mim, por ti; Nenhum pranto quis derramar.

Achou-se homem demais
Digno de nem olhar pra traz

Engoli a seco do mesmo copo
No qual você enchia a cara de orgulho
Te vi, frio e morto
Fechando a porta sem fazer barulho

Nem parecia o menino
Que vinha assustado, deitar em meu colo
Praguejando seu  triste destino,
Tão desprotegido e inseguro.

Thalles Nathan 15/11/12

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Frases Polidas


As tropas estão no comando
Fúnebre jardim de sangue
Sobem o morro...
Nossas veias anseiam
Por mais doses de suas manchantes
Nos viciamos no cair do pano
Fotos e fatos adulterados
Congelam nossos olhos na internet

A ordem é tomar as casas, atear fogo
Formatar um novo holocausto
Eliminando todas as provas existente
Semeiam vícios...
Nossas veias ainda anseiam

Decrepitas ideias discorrem ao palanque
Corvejam as vozes que atenuam a desordem
Também ansiamos... E cremos ao ejetarmos em nossas veias
Quando nos vendem em suas frases polidas

22/09/12

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Farpas


Mãe a farpa entrou em meu coração
"que farpa meu filho?!"
A farpa mamãe, dói... Corta! Fere!
"Onde foi que você viu essa farpa"
No livro... Que estava empoeirado na estante
"Livro não tem madeira"
Mas a estante tem e não me cortou
"Ôh meu filho..."
Mãe eu li, entrou a farpa e doeu
"Mas o que você tanto leu?"
PALAVRAS CORTANTES!

Thalles Nathan 01/11/12

A valsa caos ( A bailarina e os sapatos de chumbos) II


... A valsa carregava os casais 
Dançávamos em salões opostos
Ainda que, não éramos iguais,
Eras os efeitos da condução caos. 

Você regressará;
Vestia-se de sedas e brumas.
Bradava teus vizinhos
A destros gestos na ponta dos pés 

Eu e meus sapatos, metal plúmbeo
Tombava ébrio em meus passos  
Bebia da bebida o gosto amuo 
Teu olhar pétreo congelava em minhas alucinações 

A fanfarra foi dobrando o tempo,
Aumentando o tom...
Neste instante vi tudo girar
... Maldito carrossel! 

Você aqui, eu lá
Escuridão e andaluz.
Tu nereide, eu quebra mar
Bailarina e os sapatos de chumbos 

Thalles Nathan 13/09/12

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Menino e o Vento


Eu poeta, desatento perco a noção
Se são seus lábios a produzirem tal vento
... Às vezes acho que sopras amor,
Mas ainda sim, brisa é vento.

Menino levado correndo pra ver se alcança o tempo
-Pra onde vais menino?
-Colher das horas, as mesmas que não passaram por aqui

Do chão preto do vajado
Olhos buscam alento nas nuvens
E nessas nuvens, formas acrescento,
Mas inventa, o vento de fazer elas passarem...

Poeta proseando à sombra do umbuzeiro
Na esgrima dos galhos e o vento
Vó Denise gargalhava se balançando toda
Nas análises de minhas analogias

-Pra onde vais menino levado?
-Vou levando ali um quilo de poesia...


Thalles Nathan 28/10/12

domingo, 28 de outubro de 2012

Só!


Tirei o lápis do estojo
Tal como Arthur deve ter desencravado a Excalibur da rocha
... As horas davam seus passeios nos ponteiros do relógio
Fiz a ponta na lapiseira na mesma destreza
De um guerreiro ao polir sua lâmina afiada
Deitei no papel letra por letra
Na delicada frieza de um alquimista,
Buscava ferir-te, mas apenas leu...

Lia com o ar de quem iria corrigir o que estava escrito
Passava os olhos no papel com desprezo
Enquanto os olhos dela liam em silêncio, eu pensava.
"Vá com calma, tem em mãos um pedaço fino de minha alma."

Dobrou o papel e guardou no bolso
Fez um gesto no canto da boca, não ouso dizer que era um riso.
Fechou levemente as pálpebras e levantou os olhos
- Era só isso que você queria?

Thalles Nathan 10/09/12

sábado, 27 de outubro de 2012

Divina comédia humana


Nunca mais reclamou dos copos
que ficavam em cima da geladeira
Das conversas sem sentidos
E o pior sentia falta de tudo
Até do piso molhado no banheiro após o banho,
dos rastros de roupas no chão do quarto.
Ela tinha uma nova vida, um novo namorado, novas coisas para reclamar...
Mas queria de volta a antiga vida, o namorado que ela mesma já tinha desistido
E queria de volta a vida que deixou pra trás,
a mesma vida que afirmará não querer mais.
Ela quer a vida antiga pra reconstruir um futuro
Mas será que o futuro espera?

Thalles Nathan

27/10/12

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Brevemente hiato


O ato de sonhar é verbo lúdico
Um tanto quanto perigoso 
Pois o que separa do pesadelo 
É um breve hiato 

Thalles Nathan 12/09/12

Camaçari aqui, ari e acurá


A praça daqui é diferente
As pessoas não dão aquelas voltas a esmo
Sabem pra onde ir
E parecem saber desde quando saem
Sinto falta do desnorteio,
Das voltas sem sentidos
Mesmo aqui nunca sei para onde devo ir
E fico trancado
A praça daqui que me perdoe
Mas acho melhor não sair
Fica para outro dia Camaçari
E enquanto isso continuo sonhado
Com a Fonte-Luminosa, a Pérgula
E as voltas na praça Juracy

Thalles Nathan 15/10/12

Sol , Romeu, eternidade e Julieta


Os amantes amavam-se,
Carinhos tênues.
Mas esses amores que vendem livros
São acariciados por venenos e punhais
O tal do tom degradê
Manchando o vermelho músculo pulsante de um tom tinto rubro

Depois de uma noite inteira de amor,
... O amor ainda lhe eram asas.
Cantavam as cotovias na luz fina da manhã
Prenunciando a despedida

- O sol nasceu, partis Romeu!

Partir não queria, via-se ainda preso...
Preso nos olhos de Julieta, na preguiça lhe causavam
O envolver de seus finos braços de marfim polido
E via-se preso na vontade de conter o porvir

-Partis Romeu! Não vê que nasceu o sol?

Não sabiam eles que aquele desejo condensado
De ficarem um nos braços do outro
Era a pronuncia farpada da palavra "fim"
O que seriam dos amantes se compreendessem
Romeu romperá as cortinas da janela,
Despediu-se de Julieta
Prometendo a sua amada a serenidade do amor eterno
Que o bondoso Deus tratou de cumprir

Thalles Nathan  19/10/12


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Katsaridafobia


A barata se esconde no escuro,
Na bagunça do lixo, na sujeira dos restos de comida
Assusta quando voa sem rumo.

Barata é bicho que não se convida 
Entra sem cerimonias por debaixo da porta,
Arisca uma entrada pela janela aberta 

Desculpem meus pés que lhe perseguem
Quando não os prendo no chão imoveis
Presos ao medo que me causa 

Recebe de meu desespero 
Chineladas e borrifadas tóxicas pelos cantos da casa
Deixando a ebria quase morta 

Thalles Nathan  14/10/12      

sábado, 13 de outubro de 2012

Diferenças complementareis

Imagem: Isadora  Poulain 

Teu amor é brasa morna.
O meu é faísca, apena fagulha e brilha.

Teu desejo é demais, entorna.
O meu desejo se concentra em tua virilha.

Meu amor é poético, cheio de licenças...
O teu é a palavra acariciada pela pronuncia correta.

Meu desejo acredita na descrença
O seu é plausível dentro da minha camiseta

(Thalles Nathan) 13/10/12





quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Confusão


Foto, rosto, moldura...
Teus olhos brandos.
Desejando não olhar mais
Mas não consigo!
Cabelo, óculos, armação...
Lembrança e palavra mórbida.

Canso a vista, olhos ardem
Olhos fixos, pressiono, projeto-me
Nenhum sentido... Já não entendo nada .

Quadro, pego, exponho e escondo.
... As horas são gaivotas gordas, voam lentas.
Suspiro, desconjuro, almejo, excomungo...

Moldura, rosto, foto...
Brandos olhos teus
Eu e alguns de meus receios
Evito olhar
...Olhos, armação, óculos
Navalha, são palavras de lembrança.

Thalles Nathan   28/09/12

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Cais perdido


E esse cais perdido, que me chama,
Que me leva, tchau...
Mares esquecidos, do destino que o silêncio traz
E essa vida fútil, qual me esqueço,
que aparo pra voar.
Sempre que me perco,
Bem no fundo, dos teus olhos, mar!

... Esse porto em que nunca atraco,
desses braços nunca meus
Hoje a ancora ergue o peso exausto do meu corpo frágil
Passado acaba se expondo aos espelhos refletido luz
Os pesadelos pesam,
trazem traças dos castigos de Morfeu.

(Bruno de Santana Cruz/ Thalles Nathan)


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Asfalto, poeira e neon


O caboclo acordou do sonho severino 
Abandonou o costume de desperdiçar seu sono
Já não se avexa pelo afincamento demasiado do estereótipo  
Saiu do cabresto de cego peregrino
Adicionou ao calendário outonos e primavera 
E sobrevive folgadamente...

Desvincilhou-se da ilusão de dias edênicos
Pois seu próprios olhos se habituaram a produzir inundações.
Em suas veias... Asfalto poeira e neon 

Thalles Nathan 30/06/12   
    

sábado, 6 de outubro de 2012

Olhos retrô

Teus olhos refletem do retrovisor
Lançando-me olhares...
Que meus olhos covardemente desviavam
Enquanto usava o espelho para se maquiar

Desejava tanto poder me despedir,
Desejava uma palavra para repor
O som ao silêncio
As palavras deram um  nó ao sair da garganta...
Silêncio embalou minha fuga do teus olhares

Teus olhos induzem meu olhar, afanavam-me!
Não consigo fugir a eles, eu era alvo fácil
Tentava mas não me concentrava a paisagem ao meu redor
... Meus olhos desesperados, buscavam a fuga.

Eu não havia lhe dito nada, nada de mim saia
Por todo o caminho... Retrovisor, teus olhos...
Meus olhos e suas fugas... Lhe disseram tudo

(Thalles Nathan) 17/08/12

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dengos de minutas


Réstia de sol...
Fitava indulgente teus passos bambos
Esperando teus beijos na cama,
Aguardava manso, quase que em bemol

Escrevi a vapor,
Manchando o espelho de manhã com poesia
Expondo alguns receios,
Subi a escala, amo-te um tom maior

Ouço teu soar
Timbre agudo afinado ao contraponto
Feliz dissonância.
Desafiávamos métricas e compassos sem titubear

Amor cadenciado
Outrora entrepausas; Agora em apazão
Lençol amarrotado, notas soltas...
Era hora de compor e então deitados.

Thalles Nathan  01/10/12

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Queime em paz


É fogo!
Dia de praia, fogo de palha.
... Queimava-me por dentro
Só pode ser azia
Meus passos foram seguidos por minha sombra
Transpirava no caminho
Antes do mar; Suor...

Paixão que não queima
É beijo de lábios enrijecidos,
Mas tudo bem... Não precisa incendiar
Por que, eu me vejo frio.
Só meus versos são piromaníacos

Fogo queima: Pelos, mãos, dedos
Carros, casas, fósforos e papéis
... Sol é estrela incendiária!
E do céu: Queima, aquece, ilumina desperta
Bronzeia, descasca e resseca.
E haja protetor solar...

Thalles Nathan  25/09/12

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Gavetas Abertas


-... Eu quis, quis sim e de verdade.
- Talvez, se não tivesse desistido... Quem sabe?
- Foi preciso certas decisões, mas levei seus gestos comigo até como fazias.

- É... Vai ver você tem razão, foi apenas covardia
- Não me demonstrou ser outra coisa.
- E se...
- E se o que?! O que mais pode se fazer?
- Sei lá...

-... Nada, deixa pra lá...
- Não! Deixa pra não. Agora diz!
- Nem sei mais como dizer...
- Se começou termina... Oras!

- Agora que sabe... Acredita?
- Hum...
- Você ainda está ai?
- Tô... Tô sim. estava pensando enquanto dizia...
- E o que concluiu ?
- Amanhã te digo... Agora não dá mais
-  Está bem. Atá amanhã então... Beijos! tchau.
- Beijos... Fica em paz e boa noite.

Thalles Nathan 20/09/12

Elíseos


Retilíneo coração alado,
Compassa minucioso.
... Pousa milimétrico e alinhado
Nos rastro da métrica

Punhado de vida
Sopram zéfiros elíseos.
Trem de carga apintando
Toque o trilho, hostil e veloso.

Venha sol! Aqueça e ilumine
desmanche este céu gris
Faça o momento pairar eterno
Nenhuma lembrança ruim para imergir

Nuvens impressas, suspensas no ar
Deslocavam-se emoldurando paisagens
Risos densos colorem os campos,
Futurava ao chão olhando as nuvens espessas.

Insolúvel sonho lúdico...
Condoídos castelos na areia ,
Tempo quentes, dias felizes
... Assobio eólico
Veraneio a campos elíseos

Thalles Nathan          10/09/12

sábado, 1 de setembro de 2012

Envelhecer



O tempo conjuga o verbo e em minha carne
Diariamente sinto sua oração 
Eu, Sujeito. Sofro de sua ação 
... Eu envelheço!

Thalles Nathan 30/08/12

quinta-feira, 26 de julho de 2012

T. N. D. A. S.



T. N. D. A. S.
              













As luzes se apagam
Há apenas um lampião tremulo
Dormia sonhos febris
Cadáver frio
Arrastava correntes... Cambaleava bêbado
Risos eram forçados e vazios
As cores de seus olhos sumiam
No espelho refletia a falta de sua calma
Penumbra coração!
Ser ávido é para poucos
Resistia aos impulsos do sono
Nascia o dia
Deitava recolhendo as lágrimas
Engolindo a voz enquanto soluçava
- Só terás meu corpo quando for dono de minha alma!

Thalles Nathan  26\07\12

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A valsa caos ( A bailarina e os sapatos de chumbos)




Quando me chamou pra dançar
Avisei de meus passos descuidados
Insistiu a me arrastar para o salão,
Viu graças nos meus passos mal dados.
Pensou ser charme o tremer de minhas mãos

Planejou um leve consertar em meu gingado
Flutuavas enquanto meu corpo teimava em se arrastar
... Caminho a ser trilhado!
Teus dedos entre os meus, minha mão em tua cintura e cabeça sobre meu ombro
Mensurou breve rodopiar...

Só se comparava com minha falta de ritmo
O entoar cardíaco do meu peito
Teus lábios macios e rubros
Condenava-me pelo que já lhe havia advertido

- Valsa bailarina, pois meus sapatos são de chumbos
Bailarina de sapatilha leve, não deve por mim, esperar

Desprendeu-se do peso que a prendia
Tua leveza e suas asas de aço fizeram com que pudesse voar


17\07\12 Thalles Nathan 

Medos


Medos

Meus medos são ventos frios,
Felicidade a véspera do carnaval
Escuros, baratas, ruas desertas e meios fios

Os meus medos hoje são seus.
Medo de vozes, da solidão e do silêncio
Ontem os seus tornaram-se meus
... Sombras, vultos e risadas


25\07\12 Thalles Nathan

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Solidão


A solidão é acadêmica
Rodeada de palavras
... Frases fazem estradas para a distância
Os poemas trilham em minhas mãos
Despencam de meus olhos inundo d‘água
           
A saudade é verdadeiramente sóbria  
Por sua coerência, tornam-se dona da razão
E toma todo o espaço das folhas escritas
As valsas das palavras engasgadas
Formam ao papel a correção

E se a seguram de estarem todas em par
...Tomam todo o salão
Dão ao ar da graça e fazem o esforço
De não faltar pontuação

E os versos têm os efeitos de fazer chorar
Arma simples dobrada no bolso

E a solidão em mim empregada, 
Faz dimensão entre o presente momento
E o passado ausente
Estamos tão presos as circunstâncias
Que qualquer ponto final 
É questão de interpretação 

Thalles Nathan 03\07\12

Reflexos



Por causa de seu sêmen,
Corre teu sangue em minhas veias
Na sua solidão te quis perto
... Por teus defeitos
Desejei ter-lo longe

Criei todos os meus maus hábitos
Herdei de você!
Desprezo a parte sua em mim
Se for tão parecido
Fecho os olhos para meu reflexo

Me fez falta a sua ausência
Às vezes! E só às vezes...
Quase nunca dei por sua falta
Negar-te-ei por três vezes, todos os dias

A miopia não é desculpa
E os vultos não são fantasias
Perca de tempo
Foi esperar por teus abraços

Teus olhos severos
Suas reclamações não impunham respeito
Nunca foi meu herói...
Teu silêncio imbecil
Destrói qualquer mínimo elo entre nós

Teu quintal era deserto vazio
Suas advertências
Eram como suas promessas
... Soavam nulas
Tinha medo mais não tinha respeito
E respeito não é vergonha  

Thalles Nathan 04\07\12

terça-feira, 19 de junho de 2012

Eu de antes


Minha alma encharcada seca ao sol
Para secar o vento agride com brisa
Em meu varal, recordações enxutas
Sou aquele menino pé no chão enlameado
Encarreirado com umas duas frutas
Nas mãos pequenas e sujas

- A pipoca coronel! Avisa minha Bisa
Deito na rede pra ouvir suas histórias
E de baixo da mangueira adormeço
Passa Dó-ré-mi! Grita minha Vó ainda com alguns dentes
Tropecei em algumas lembranças
Andava mesmo expeço...

Revivos alguns momentos,
Recrio batalhas com siriguelas
Meço distâncias
Entre o eu de agora e o eu da infância
Sou a soma do que fui acrescentando
Eu sou ele... Mas continuo sendo eu
  
Thalles Nathan 19\06\12

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quartas de cinzas



Teimava em ser Perrot
Castiguei-me preso à sina
Desejando sempre o mesmo amor

Agora que me aceito cravo
Não farei suco das mesmas rimas,
Deste poema ato escravo...

Por tanto amar-te, Colombina
Fiz do coração pétalas
E as espalho por onde escrevo

Fiz  de teus risos minhas escalas
Do batuque no meu peito desritmado
Samba de quintal evolução de enredo

E estando tudo entre nós acabado
Amarrarei os meus cardaços seus seu lembretes
Não farei para esse amor nenhum altar,
Um poema, mesmo um misero bilhete

(Thalles Nathan)  11\03\12

domingo, 17 de junho de 2012

Medo


Eu não tenho medo de dizer o que sinto...
...O medo é de que ele se espalhe em tudo que vejo
Realidade sempre foi meu pior pesadelo
Teus beijos ópios são obviamente entorpecentes

O medo não é amar, mas a dor causada pelo efeito
Tudo que calei pra ti, berrei com os olhos
É muito desassossego guardar tantos sentimentos
No espaço curto do peito

fere, fere de mais...
Esse desejo não coerente
Vivo do medo que me impede de viver

Thalles Nathan
17\06\12

Suicida póstumo



Há vocês que me amaram deixo alguns de meus versos
Apenas os mais velhos,
Para os que nunca foram com a minha cara deixo meu silêncio
As pessoas que nunca me entenderam...
Ficaram ainda com a incógnita
Para os que sempre souberam que eu não daria em nada,
Pois é... Deixo a vocês a razão

Minha carta suicida não são para vocês que choram 
Não desperdicem suas salgadas lagrimas.
Para os que não sentiram minha falta
Sobre eles estenderei minha ausência
Aos quês não acreditavam em mim,
Um riso de canto seguido de uma longa reticência...

Para os que têm medo da morte deixo meu medo de barata e meu nojo de pessoas como eu
Não me queimem, nem me enterrem. Apenas deixe-me apodrecer
Será breve a navalha passeando sobre minhas veias
Seu calor no corte esquentará meu nervo frio
Não me torturem salvando-me; deixei-me decidir meu fim
E aos quês se lembrarem de mim, esqueça-me no mesmo momento

Vocês quem lêem esse poema suicida não se assustem
... É apenas poema, fogo de palha, pura febre 
A Vontade será intensa, mas minha covardia reina sobre minhas mãos tremulas
Mas serei breve, deixarei que meus sonhos se enterrem
No fundo azul das minhas retinas fúnebres

Não tem suicídio quando seu espirito já estar morto,
Muito menos se enforca quem já vive sufocado,
Não se apaga fogo morno, 
Ou muito menos se vê alegria em sorriso de habito.
Até porque não se para um coração que já não bate...

Thalles Nathan 17\06\12

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O poeta Eu




Eu, poeta retalhos letras... Sujo o caos
Tudo que vem a mim será derrubado
Meus devaneios tornam-se reais, e os amores tornam-se infinitos
Meu eu lírico sempre sou eu
De pesadas verdades tortas, um tanto fraco, amarrotado
Vistos sempre belas palavras perco-me em meus próprios labirintos
Ecoam vozes... vozes e vozes... E vozes
Vultos dançam em meus poemas por tudo já escrito
Grifo tudo que grito calado, tudo que não assumo
Corrijo acentos... Reformulo frases dou minhas entonações
Construo castelos barrocos, crio neles fachadas e a mesma, desarrumo...
Venço o vento, perco argumentos, derroto minhas vitórias e tudo a lápis
Estou sempre lúcido e nunca durmo
Sou a revolta, a dor que invento, remo que conduz o barco nos mares de minha intuição
Luz da sombra em tudo que sobras... A noite sempre se estende mais que o dia
Estampo em folhas resto de minha inquietação
Tudo que meus olhos flagram minha mente retém. Tornam-se poesia
Eu vivo imperativo do poder de meus dedos
Que pedem alivio ao escrever e escrevem por folhas e folhas...

                          (Thalles Nathan)  10\06\12


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Juras




Amor. Prometo, apenas o que posso cumprir
O céu sobre nossas cabeças e os pés no chão,
Aumentar a casa para caber a piscina e a pipoqueira,
Dedicarei a você uma estrela, poemas, músicas e buquês.
Verdades absolutas quando perguntares qualquer coisa,
Conversaremos sério e longamente riremos de besteiras,
Roubarei seus beijos para que você os pegue de volta,
Farei um jardim com rosas de outros quintais
Não te deixarei só... Só se preciso for para dar-te paz
Acordar-te-ei às vezes para brindarmos a vida
E aproveitaremos a deixa para fazermos amor,
Prometo algumas rusgas, brigas por ciúmes, sem ou com motivos
... Mas todas efêmeras, sem jamais ferir-te magoá-la ou nos desgastarmos
Abraçarei quando pegares no sono para dar-te segurança
Quando perder noção de altura ao achar que caiu no sonho
Contornarei o caminho para que não se perca
Crescerei... Dar-te-ei um filho e um irmão a sua filha
Dividiremos lágrimas, comemoraremos vitórias...
Serei metafísico, filósofo, poeta e humano,
Esteja certa meu bem, que prometo o que posso cumprir...
Quando estiver cansada e quiser dormir até mais tarde,
Proteger-te-ei da luz intrusa do sol, mesmo que com uma coberta
Seremos um do outro, homem e mulher
Só dar-te-ei amor e tudo que o amor ainda puder inventar 
Prometo amar-te e tudo mais que no amor couber

(Thalles Nathan) 06\06\12