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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Entre Calcanhares e retalhos















Nosso amor gastou tanta tinta de caneta
Que agora colho sombras na escuridão
Morro de remorso quando te escuto
Enfeitiço relógios, rasuro versos inúteis
Preso aos teus retalhos sinto-me devoluto
Conforto-me em folhas, sua ausência


Teus passos ressoam... Ecos... Ouço teu bravejar agudo
Alucinações me vieram em pares
...Demasiado amor desmedido  
Bebo-te, audácia. Livro-me de teus calcanhares
No pulso curativo, estancando sangue desperdiçado
Prometo nunca mais fazer o que a mente já premedita


Sou a soma de tudo que foste abandonando aos poucos
Induzi meu corpo cambaleante por praça e bares
Sinto-me indefeso aos desconfiantes
Que sob soluços no quarto, recrio gestos e olhares
...Silêncio! Chegaram longas noites tempestuosas.
Bordo dia seguintes à mão... Costuro-me em retalhos
E em retalhos vejo-me livre de teus calcanhares


(Thalles Nathan) 08/01/12   

3 comentários:

  1. Pancada! Pra não abusar do espaço e incorrer no risco de ser traído pela necessidade de escrever à exaustão, registro minha presença pelas bandas de cá nesse último texto onde vaza teu encantado desespero... depois de tantas conversas acho que preciso confessar-lhe que a paz tão almejada por nossos corações talvez jamais nos visite. Acredito mesmo que precisemos conviver com o coração selvagem de inúmeras canções,com a letra exasperada de um coração que triunfa nas arenas, porquanto ninguém doma um coração de poeta ( ver "O Vencedor" de Augusto dos Anjos ). Segue em frente meu primo, escrevendo pra manter alguma lucidez, escrevendo pelo auto-exorcismo...pelos que tem olhos sedentos pela tua já grandiosa poesia. Grande Abraço!

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